Entendendo o Sono da Criança
|Se tem uma coisa que eu tento prezar é pelo meu sono. Por isso, eu sou toda dos meus meninos desde a hora que eles chegam da escola. A gente brinca, conversa, janta… nós damos banho neles, fazemos a lição com o mais velho, cantamos e formamos banda com o mais novo. Das 18 às 21 tudo é permitido. Oba!
Depois é a hora da casa dormir. Mas…. e se isso não der certo? E se rolar um choro no meio da noite? E se Rafinha acordar, do nada, em plena madrugada?
Você sabia, por exemplo, que os nossos filhos podem passar por experiências desagradáveis, como o terror noturno e os pesadelos? E como lidar com isso?
O Terror noturno no sono
O terror noturno ocorre em até 3% das crianças, principalmente entre 4 e 7 anos, e caracteriza-se por um alerta súbito, acompanhado de gritos, choro intenso e agitação. É aquela hora que o seu filho pula da cama, chamando pelo pai ou pela mãe, e o coração dele acelera, a respiração fica mais rápida, a pele fica rosada e a musculatura fica tensa.
A criança senta na cama, mas não desperta. (Essa para mim é a pior característica. Gabriel tem muito e parece que eu estou acalmando um zumbi!).
O comportamento normal é de medo intenso e eles costumam ignorar a presença de qualquer pessoa quando estão na crise.
Esse pânico, vai por mim, é tenso, porém rápido! Costuma durar de 30 segundos a 5 minutos. Depois disso a criança volta a dormir como se nada tivesse acontecido e, no dia seguinte, é como se nada tivesse acontecido. O terror noturno tem forte relação familiar e isso é verdade. Por aqui, o marido tem apneia noturna e o meu sono é péssimo e me faz acordar várias vezes. Ou seja, herança mesmo!
A coisa boa é que as crises tendem a reduzir com a idade, podendo raramente permanecer até a fase adulta, e costuma desaparecer após os 8 anos de idade.
UFA!
Pesadelo
Levanta a mão que nunca teve um pesadelo! impossível não lembrar do último, né? Affff ninguém merece esse tormento noturno!
sai pra lá!
Mas, para podermos entender, é bom saber que os pesadelos são caracterizados por um sonho amedrontador que faz os pequenos acordarem assustados, com sensação de medo, solicitando a companhia dos pais, querendo muitas vezes dormir no quarto deles.
Vale qualquer coisa que acalme! Eu pego eles logo e coloco perto de mim. Como tenho muitos pesadelos, sei bem quando meus filhotes têm um sonho ruim!
Os pesadelos são mais comuns na infância e tendem a desaparecer com o tempo. O conteúdo dos sonhos pode ser influenciado por experiências vividas, como um estresse pessoal ou familiar, programas de televisão, video games, febre, entre outros fatores. A criança–e o adulto também– costuma se lembrar do pesadelo ou de partes dele. E falam que tem que falar em voz alta ou contar para alguém, para o sonho ruim não se repetir. É isso mesmo???
Ah, a alimentação antes de dormir também pode favorecer a ocorrência de pesadelos. Agora ficarei de olho nisso!
Como lidar com estes episódios no dia a dia?
Seu alarme vai tocar logo após o sol nascer. Você precisa completar um ciclo circadiano de sono. O seu dia seguinte é sempre cheio de coisa para fazer. Mas seu filho acorda a noite, chorando, pedindo seu colo e carinho para tirar o sonho ruim da cabeça.
Como lidar?
Bem, tanto o terror noturno como os pesadelos são situações comuns nas crianças, na maioria das vezes transitórias e esporádicas, sem necessidade de qualquer exame ou tratamento especial. UFA2!
Estabelecer rotinas nos períodos que antecedem o sono, limitando horários e evitando certos programas de televisão, bem como atividades que exigem muita agitação, podem ajudar a prevenir os pesadelos e o terror noturno.
(É quase cortar tudo que eu faço antes de começarmos o processo do sono! ai, ai, ai!)
Mas faz sentido! Começar a acalmar a criança cerca meia hora de iniciar a rotina do sono é legal. Outra coisa que eu faço é evitar histórias tristes como João e Maria (que eles nem gostam muito) ou do lobo que come o porco. Sempre conto uma história leve e feliz. Porque é como filme, né? Vai dormir com a cena do tubarão comendo alguém…. é tipo o lobo!
E o melhor mesmo é conversar com o pediatra da criança. Porque depois dos pais, eles são os que mais entendem dos nossos filhotes!
Fonte: o Dr. Nuk do texto de hoje é Marco Aurélio Safadi, professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará.
Conheça a Nuk
Você pode gostar também: